terça-feira, 26 de abril de 2011

São janelas e janelas


No SeNEMAU Vitória foram desenhadas janelas de esperança, esperança essa que já foi perdida por alguns dos olhares vistos através das janelas de Brasília. Nem só de Lago Paranoá e arquitetura monumental é feita a vista da capital.

"Nas ruas por onde andam Suemi Rodrigues Barros dos Santos e suas filhas, Emily e Evelyn, não importa para onde se olha. Tudo se mostra quase desprovido de esperanças. 'Quando a gente olha da janela vê a mesma favela de quando chegamos aqui. Para mim, Brasília pode fazer 100 anos e não consigo acreditar na mudança', desabafa a dona de casa, que veio do Pará há 24 anos. Da janela de seu quarto, Suemi vê a janela da vizinha. 'Aqui é cheio de ratos enormes, o esgoto estoura, faltam creches e não temos ruas asfaltadas. Minhas duas filhas nasceram aqui e sempre me perguntam 'Mãe, será que vamos crescer vivendo ainda num lugar como esse?''." Correio Brasiliense    

Depoimento de uma moradora da Estrutural.                                                                


janela da Estrural

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Brasília que o Brasil não vê

"Vista de longe, de fora do quadradinho, Brasília aparece na paisagem brasileira como uma cidade que ela não é. Até é, mas não é. É, no circuito vicioso do poder. Mas não é no vasto círculo dos brasilienses que fazem desta cidade a terceira metrópole brasileira em influência regional. Quem está de fora observa a cidade com certa desconfiança e, dada a distância, confunde o cenário. Supõe que a corrupção seja um mal epidêmico entre os brasilienses. Faltam a esses brasileiros janelas que se abram para a Brasília real, inquieta, versátil, panorâmica, verdejante, noturna, congestionada, desigual, bela, vasta, sofrida, criativa, cultural, ecológica, audaciosa, estranha - muitos e muitos adjetivos para descrever a capital do país no que ela tem de parecido e no que ela tem de diferente e único em relação a qualquer outra cidade deste e de outro planeta.
Tivesse a oportunidade de apreciar a capital mais de perto; pudesse abrir a janela de um escritório em Taguatinga, por exemplo, e acompanhar o vaivém inquieto de quem vai para o trabalho, tal e qual qualquer outro brasileiro em qualquer outra cidade; pudesse se debruçar sobre o parapeito da janela do Conjunto Nacional e se espantar com a súbita aparição de uma cidade que parece ter sido construída na infinitude do mar; experimentasse a verdadeira Brasília, a de todos nós, os brasileiros entenderiam que os corruptos se empanturram de dinheiro público sim, mas nem de longe a ação criminosa deles foi capaz de macular 'o casamento da audácia modernista com os sertões bravios', como definiu o sociólogo Gilberto Freyre.
Brasília é, em si mesma, uma janela para o universo. Quem mora nos pontos mais altos da cidade ou trabalha em prédios da área tombada sabe que a cidade foi construída para que seus habitantes pudessem experimentar o que experimentam os astronautas: a noção da grandeza de estar vivo. Ou, como disse Clarice Lispector, 'a idéia de eternidade'. Lucio e Oscar ofereceram ao Brasil uma janela para o infinito da criação humana e para a criação divina." Correio Brasiliense


Foto: Larrion Nascimento

Foto: Fabio Resck





sábado, 16 de abril de 2011

nem só de bar é feita Brasília

Hãm?: as quatro escalas determinadas por Lucio Costa para a organização da cidade - monumental, gregária, residencial e bucólica - definem uso do solo, índices de construção e efeitos urbanísticos adotados em cada área.

Escala bucólica: nela se inserem as áreas verdes como praças, gramados e jardins públicos. Deveria ser voltada para o lazer, permitir acesso ao lago Paranoá e aos parques, além de definir os limites da capital, situada em terreno inclinado e contornado por chapadas.

E adivinha em que escala o SeNEMAU quer te colocar...

http://casa.abril.com.br/brasilia/historia/escalas-brasilia-bucolica.shtml

Foto: mariliones