Tivesse a oportunidade de apreciar a capital mais de perto; pudesse abrir a janela de um escritório em Taguatinga, por exemplo, e acompanhar o vaivém inquieto de quem vai para o trabalho, tal e qual qualquer outro brasileiro em qualquer outra cidade; pudesse se debruçar sobre o parapeito da janela do Conjunto Nacional e se espantar com a súbita aparição de uma cidade que parece ter sido construída na infinitude do mar; experimentasse a verdadeira Brasília, a de todos nós, os brasileiros entenderiam que os corruptos se empanturram de dinheiro público sim, mas nem de longe a ação criminosa deles foi capaz de macular 'o casamento da audácia modernista com os sertões bravios', como definiu o sociólogo Gilberto Freyre.
Brasília é, em si mesma, uma janela para o universo. Quem mora nos pontos mais altos da cidade ou trabalha em prédios da área tombada sabe que a cidade foi construída para que seus habitantes pudessem experimentar o que experimentam os astronautas: a noção da grandeza de estar vivo. Ou, como disse Clarice Lispector, 'a idéia de eternidade'. Lucio e Oscar ofereceram ao Brasil uma janela para o infinito da criação humana e para a criação divina." Correio Brasiliense
Foto: Larrion Nascimento |
Foto: Fabio Resck |
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